Script da Stages

Jornalista Paulo Vinícius Coelho investe em perfil multiplataforma em nova etapa da carreira

“Tem público para todo tipo de conteúdo e os canais exigem que a gente transforme a maneira de chegar em quem está à espera desse conteúdo”

Mar 23, 2023

Referência no jornalismo esportivo desde o fim da década de 1990. Paulo Vinícius Coelho passou pelos mais variados veículos de comunicação, dos impressos como Folha de S. Paulo e Lance! aos digitais UOL, além de rádios como a CBN, destaque na televisão, com ESPN, FOX e TV Globo. Suas iniciais viraram sinônimo de conhecimento por todo mundo que acompanha futebol, PVC se tornou uma marca.

Depois de ir ao Catar para cobrir a Copa do Mundo de 2022, PVC deixou o Grupo Globo para investir em um perfil de carreira multiplataforma. Ele vai comentar as partidas da Copa Libertadores e da Copa Sul-americana no Paramont+ e escrever suas colunas no UOL e na Folha de S. Paulo. A grande novidade na carreira do jornalista, porém, é o seu canal próprio, o Canal do PVC, a sua loja de vídeos feita com a Stages.

O Script convidou o PVC para bater uma bola e falar sobre esse projeto, que oferece vídeos diários e lives semanais para os fãs de suas opiniões e histórias do futebol, além de servir de inspiração para aqueles que querem ganhar dinheiro criando conteúdo.

"não se deve vender opinião”

Você está na Paramount+ e tem suas colunas no UOL e na Folha de São Paulo, o que os seus leitores e espectadores vão ver de diferente seu canal de vídeos com a Stages?

Histórias. As diferenças são as histórias e entrevistas. Quando eu faço uma entrevista de 40 minutos com o Renato Gaúcho no Canal do PVC, é um conteúdo que não está na Paramount+, não está no Uol e não está na Folha de São Paulo também. Neste momento, a diferença do Canal é tentar fazer uma linguagem que o vídeo está me ajudando a desenvolver, que é embalada de uma maneira divertida e que contam histórias. No Canal do PVC, a gente está fazendo muito vídeo e mostrando coleções, mostrando objetos, contando histórias a partir desses objetos, sejam livros, camisas, flâmulas, credenciais. A ideia do Canal nesse momento não é vender opinião. Opinião todo mundo tem. A ideia é contar histórias e aumentar o conhecimento do público sobre o futebol.

Qual é a diferença na abordagem ao produzir conteúdo para o seu novo canal de vídeos em comparação aos comentários que fazia numa mesa redonda tradicional?

É completamente diferente. Mesa redonda é debate. No Canal do PVC, a gente não tem tido debate. A gente tem tido entrevistas ou bate-papos nas lives de segunda-feira, como foi com o Renato Gaúcho e com o Dan Stulbach. Fora das lives, eu conto histórias. Por enquanto, a gente tem feito experiências, construindo um canal, que está no começo, e está entendendo o que o público pode gostar. Uma observação que eu ouvi é que não se deve vender opinião. Então, não estou vendendo opinião. A gente está contando histórias. Histórias de uma camisa, de um personagem, de finais, de craques, de competições, histórias de futebol. Um conteúdo completamente diferente das mesas redondas, que gosto de fazer e vou continuar fazendo em outros veículos.

Como você enxerga o futuro do jornalismo esportivo em meio ao crescimento do mundo digital e das redes sociais?

Existe uma mudança. Quando eu fui fazer jornalismo, a gente tinha seis ou sete jornais em São Paulo, mais seis ou sete no Rio de Janeiro, tinha a revista Placar, não tinha site. Os programas de rádio ao meio-dia eram referência e pautavam os jornais. O rádio perdeu a relevância, mas agora temos programas que estão na internet, nos sites, no Youtube ou em outras plataformas, como o De Primeira, programa que faço no UOL.

Outro dia, numa conversa entre amigos, me falaram que é muito difícil esse negócio de assistir futebol via streaming, porque nem todo mundo tem acesso. Eu disse que, no começo dos anos 1970, nem todo mundo tinha televisão e ia assistir a um jogo na casa de um vizinho que tinha a televisão. No fim dos anos 1970, as pessoas saíam de casa para ir à casa de um vizinho que tinha TV a cores. No início dos anos 1990, o futebol começou a passar na TV a cabo e as pessoas não tinham TV a cabo. No começo dos anos 2000, o futebol começou a passar no pay per view e as pessoas não tinham pay per view.

Então, o streaming vai se popularizar à medida em que o Brasil melhore. É mais um pedaço dessa história da transformação da informação. A questão é como fazer jornalismo em cada uma dessas plataformas. A gente sempre vai contar histórias e essas histórias precisam ser bem contadas e bem apuradas, no tempo de cada veículo. Mas é a mesma coisa. O jornalismo é feito da mesma maneira. Tem público para todo tipo de conteúdo e tem plataformas que exigem que a gente transforme a maneira de chegar em quem está à espera desse conteúdo.


Qual é o maior desafio que você encontrou até agora como criador de conteúdo e como está lidando com isso?

Estou fazendo experiências e acho que experiências me ajudam a compreender um pouco de quem está conversando comigo. O blog é uma outra experiência, uma outra plataforma, mas tenho um estudo de que 81,5% do público que me acompanha é masculino, 18,5% é feminino. E a maior parte do meu público está entre 24 e 45 anos de idade. A pergunta é como manter esse público comigo?

Suspeito que o público que vê futebol e consome informação de futebol sempre esteve nessa faixa entre 18 e 45 ou 47 anos. Isso não mudou tanto. Mas tem um público que eu não alcanço, que busca um outro tipo de comunicação que eu não faço. Não que eu não possa fazer, mas não preciso fazer coisas que eu não julgue adequadas ao meu perfil para atender esse outro público.

A grande dificuldade está em compreender onde está a margem para informar o público que me acompanha onde eu estou, porque esse público, em grande parte, segue consumindo TV a cabo, e entender de que forma eu posso ultrapassar esse público para conversar com quem já está há mais tempo no digital.

Quais são seus planos futuros para o seu canal de vídeos e como você planeja se destacar em meio à concorrência crescente no mundo digital?

A palavra-chave é relevância. Em relação ao futuro do Canal do PVC é saber se ele vai conseguir ser relevante. Se eu vou conseguir produzir conteúdo relevante para quem vai estar em busca de informação relevante no digital. Essa é a questão. Relevância, para cada pessoa, pode ter um peso diferente. Se você der informação exclusiva, bem embalada, análise surpreendente, ele tem chance de ser relevante para quem está em busca desse tipo de conteúdo e à medida que as pessoas saibam que eu estou nesse mundo digital.


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